O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) realizou nesta terça-feira (25/9) novas manifestações na Bahia, no Paraná e em Mato Grosso do Sul, ampliando os protestos contra o governo federal. Desde segunda-feira já foram feitos atos em 15 Estados. Até o momento, os protestos atingem 10 Estados.
O movimento diz que o objetivo é agilizar a reforma agrária. Cerca de 150 mil famílias acampadas no Brasil ainda esperam ser assentadas.
No Paraná, cerca de mil trabalhadores sem-terra de várias regiões do Estado fizeram uma marcha contra a política econômica do governo. Realizaram ato em frente ao prédio do Ministério da Fazenda e acamparam na porta do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), em Curitiba. Uma audiência com o instituto foi marcada para amanhã.
Em Salvador (BA), cerca de 600 integrantes do MST invadiram o prédio do Incra pela manhã. De acordo com Oronildo Costa, um dos líderes do movimento no Estado, há 25 mil famílias acampadas em áreas de conflito à espera de um lote. "O processo de reforma agrária na Bahia está paralisado e há uma lentidão muito grande por parte do Incra e do governo."
Em Mato Grosso do Sul, cerca de 150 sem-terra, segundo a Polícia Rodoviária Federal, bloquearam por cinco horas a BR-262. A rodovia dá acesso a São Paulo.
O trecho bloqueado fica entre as cidades de Ribas do Rio Pardo e Água Clara, a cerca de 150 km de Campo Grande. Uma fila de veículos com 12 quilômetros de comprimento chegou a ser formada no local.
Pela manhã, outros 400 manifestantes bloquearam a rodovia estadual MS-060, perto da cidade de Sidrolândia. O trânsito era liberado a cada 20 minutos. À tarde, eles encerraram o protesto, de acordo com a Polícia Rodoviária Estadual. Os sem-terra mantiveram a mobilização na maior parte dos Estados onde ocorreram atos ontem.
Em São Paulo, os sem-terra mantêm a ocupação do Incra para cobrar o assentamento imediato das 3.000 famílias acampadas nas estradas paulistas. No interior paulista, cerca de 350 manifestantes ocuparam a agência da Caixa Econômica Federal e o prédio do Incra, em Andradina (640 km a noroeste de SP).
No Rio de Janeiro, cerca de 300 famílias mantêm a ocupação do prédio da superintendência estadual do Incra. Na quinta, o MST promete realizar um ato em defesa da reforma.
São Paulo
Em São Paulo, a Frente Parlamentar pela Reforma Agrária, coordenada pelo deputado estadual Simão Pedro (PT-SP), realiza nesta quarta-feira (26/9) um ato contra o projeto de lei apresentado pelo governador José Serra (PSDB) --que legaliza a grilagem de terras no Pontal do Paranapanema.
A ação, realizada em conjunto com os movimentos sociais em luta pela reforma agrária no Estado, acontecerá na Assembléia Legislativa de São Paulo, às 14h.
(Da Agência Folha)
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