Deputados pedem intervenção do governo do estado para barrar agressões contra MST
Agravamento do conflito em Bagé preocupa parlamentares e líderes do movimento
As agressões dos ruralistas contra os integrantes do MST alojados no Ginásio Municipal em Bagé levaram os deputados Dionilso Marcon e Marisa Formolo, do PT, a pedirem, na tarde desta quarta-feira (19), a intervenção do governo estadual para barrar o conflito. Após ouvir o relato dos líderes do MST, Cedenir de Oliveira e Luciano Santos, os parlamentares entregaram ao secretário-adjunto da Segurança Pública, Ademar Stocker, e ao secretário Extraordinário das Relações Institucionais, Celso Bernardi, documento detalhando o agravamento da tensão e solicitando providência do Estado.
Desde segunda-feira (17), quando a marcha chegou ao município, 500 sem-terras não conseguem descansar à noite em função dos tiros, das bombas e das rajadas lançados pelos fazendeiros para intimidá-los. "Os fazendeiros agem na calada da noite e sem a presença da Brigada Militar", observou Marcon. Ele cobra do governo Yeda Crusius proteção policial para acabar com o clima tenso.
A fim de chamar a atenção da sociedade sobre a necessária reforma agrária, o MST organizou três marchas que estão percorrendo diversas cidades do Rio Grande do Sul há uma semana. Cada uma delas conta com 500 integrantes. Eles reivindicam a desapropriação de terras e o assentamento de 1.500 famílias. As outras duas marchas estão em Santo Ângelo e São Leopoldo. Na segunda semana de outubro, as três colunas se encontram em Coqueiros do Sul, onde finalizam a manifestação.
Celso Bernardi e Stocker se comprometeram em levar o assunto à governadora Yeda Crusius. Para Marcon, os ruralistas estão protagonizando uma verdadeira tortura psicológica contra os integrantes do MST. "Isto não pode ficar assim. O Estado precisa dar segurança aos cidadãos e cidadãs. Lá tem homens, mulheres e crianças", frisou o parlamentar. Ele reafirmou que a luta pela posse da terra é pacífica.
Na terça-feira (18), o prefeito de Bagé, Luiz Fernando Mainardi, visitou os acampados e hoje anunciou que está encaminhando ação judicial contra a depredação do patrimônio público. Na noite de ontem, um grupo de fazendeiros destruiu a central de energia elétrica do Ginásio Municipal e ameaçou os funcionários do município que tentavam religar as luzes. O frei capuchinho Wilson Zanatta, que acompanha a marcha, também foi ameaçado de morte e teve o carro depredado e os pneus cortados pelos fazendeiros. A Brigada Militar não tomou nenhuma providência.
Marcon e Marisa esperam que o governo Yeda solucione o conflito o quanto antes. Caso contrário, irão recorrer ao Ministério da Justiça. Os sem-terras permanecem em Bagé até a próxima sexta-feira (21). Os deputados Gerson Burmann e Gilmar Sossella, do PDT, também participaram da reunião com os líderes do movimento e os representantes dos deputados Adão Villaverde (PT) e Raul Carrion (PCdoB) acompanharam os parlamentares no encontro com os secretários de estado.
Por Stella Máris Valenzuela 4983
Assessoria de Imprensa da Bancada do PT AL/RS (51) 3210.11.24
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