quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Deputados pedem intervenção do governo do estado para barrar agressões contra MST

Deputados pedem intervenção do governo do estado para barrar agressões contra MST

Agravamento do conflito em Bagé preocupa parlamentares e líderes do movimento


As agressões dos ruralistas contra os integrantes do MST alojados no Ginásio Municipal em Bagé levaram os deputados Dionilso Marcon e Marisa Formolo, do PT, a pedirem, na tarde desta quarta-feira (19), a intervenção do governo estadual para barrar o conflito. Após ouvir o relato dos líderes do MST, Cedenir de Oliveira e Luciano Santos, os parlamentares entregaram ao secretário-adjunto da Segurança Pública, Ademar Stocker, e ao secretário Extraordinário das Relações Institucionais, Celso Bernardi, documento detalhando o agravamento da tensão e solicitando providência do Estado.

Desde segunda-feira (17), quando a marcha chegou ao município, 500 sem-terras não conseguem descansar à noite em função dos tiros, das bombas e das rajadas lançados pelos fazendeiros para intimidá-los. "Os fazendeiros agem na calada da noite e sem a presença da Brigada Militar", observou Marcon. Ele cobra do governo Yeda Crusius proteção policial para acabar com o clima tenso.

A fim de chamar a atenção da sociedade sobre a necessária reforma agrária, o MST organizou três marchas que estão percorrendo diversas cidades do Rio Grande do Sul há uma semana. Cada uma delas conta com 500 integrantes. Eles reivindicam a desapropriação de terras e o assentamento de 1.500 famílias. As outras duas marchas estão em Santo Ângelo e São Leopoldo. Na segunda semana de outubro, as três colunas se encontram em Coqueiros do Sul, onde finalizam a manifestação.

Celso Bernardi e Stocker se comprometeram em levar o assunto à governadora Yeda Crusius. Para Marcon, os ruralistas estão protagonizando uma verdadeira tortura psicológica contra os integrantes do MST. "Isto não pode ficar assim. O Estado precisa dar segurança aos cidadãos e cidadãs. Lá tem homens, mulheres e crianças", frisou o parlamentar. Ele reafirmou que a luta pela posse da terra é pacífica.

Na terça-feira (18), o prefeito de Bagé, Luiz Fernando Mainardi, visitou os acampados e hoje anunciou que está encaminhando ação judicial contra a depredação do patrimônio público. Na noite de ontem, um grupo de fazendeiros destruiu a central de energia elétrica do Ginásio Municipal e ameaçou os funcionários do município que tentavam religar as luzes. O frei capuchinho Wilson Zanatta, que acompanha a marcha, também foi ameaçado de morte e teve o carro depredado e os pneus cortados pelos fazendeiros. A Brigada Militar não tomou nenhuma providência.

Marcon e Marisa esperam que o governo Yeda solucione o conflito o quanto antes. Caso contrário, irão recorrer ao Ministério da Justiça. Os sem-terras permanecem em Bagé até a próxima sexta-feira (21). Os deputados Gerson Burmann e Gilmar Sossella, do PDT, também participaram da reunião com os líderes do movimento e os representantes dos deputados Adão Villaverde (PT) e Raul Carrion (PCdoB) acompanharam os parlamentares no encontro com os secretários de estado.

Por Stella Máris Valenzuela – 4983

Assessoria de Imprensa da Bancada do PT – AL/RS (51) 3210.11.24

LINK ENTREVISTA MP3 (348KB // 1'58")

ENTREVISTA COM DEPUTADO MARCON NO YOU TUBE

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