sábado, 7 de abril de 2007

Fica, Zé Roberto!


Zé, a gente sabe, ou pelo menos imagina, que deve ser um baita ‘baque’ voltar a morar no Brasil depois de tanto tempo. Uma terra linda, pessoas ótimas, a praia de Santos, a qualidade de vida da Baixada Santista, mas, ao mesmo tempo, a violência e a insegurança que alguns marginais impingem a todos nós.
A gente imagina a angústia que é amar um país, ser amado por uma torcida apaixonada – sim, nós amamos seu futebol! – e, ao mesmo tempo, pensar que a melhor saída é deixar o amor para trás. Sem tranqüilidade não se corresponde devidamente o amor.
Zé, a gente sabe, também, que lá fora tem mais dinheiro. Melhor que ter o euro em comparação ao real é ter como gastar sem se preocupar com carro blindado, seguranças, ou com o embate moral que fica na nossa cabeça em um país com tanta desigualdade como o nosso. Aqui, se você comprar alguma coisa mais cara, é como se estivesse esbanjando, desrespeitando quem passa fome. Como se você tivesse ‘culpa’ pelo seu sucesso, e não méritos inquestionáveis.
Mas a gente tem certeza também de que dinheiro já não é tudo para você. Que o que você ganha aqui no Santos já está legal. Que não vão ser alguns milhares de dólares a mais ou a menos que vão fazer a sua cabeça.
E fala a verdade, Zé: deve ser uma delícia ver um time deixando-o livre para atuar do jeito que você sabe e gosta. Você tem o melhor técnico do Brasil a seu lado, uma estrutura fantástica, um volante como Maldonado (o ‘facilitador’, como você mesmo disse), companheiros de qualidade... você está sendo aclamado como o melhor jogador atuando aqui no país, o que não é pouca coisa. Todos apontam essa fase como sendo a melhor de sua carreira.
E vestir a camisa 10 do Rei é uma responsabilidade grande. Mas o fato é que a camisa 10 gostou de você. Foi amor à primeira vista (olha a gente falando em amor novamente...). Até Pelé passou a ir a mais jogos do Santos, em seu camarote real, porque enxergou em você, Zé, um legítimo representante da ninhada dos craques. E da camisa 10 que Ele imortalizou.
Então fica, Zé. Sabemos que é difícil, mas, no fundo, no fundo, nem é tanto. Pra quem sonha, como nós, não é.
Sabe, Zé, hoje em dia os jogadores comuns perderam a vontade de ‘entrar para a história’ de times grandes. Tem jogador que prefere ser cigano a ser um marco na história de um time, e nós respeitamos a todos, porque, hoje em dia, é assim que funciona. Mas você, Zé, está entrando para a história do Santos com o pé esquerdo – e acredite, isso é bom demais! Quer cravar de vez seu nome na história gloriosa do time que já tem a mais bela história do futebol brasileiro? Isso é um privilégio para poucos, Zé. No seu caso, um privilégio único, porque nós é que estamos o escolhendo para continuar escrevendo essa página bonita da nossa história.
Fica, Zé!
Assine essa carta, que será entregue ao próprio Zé Roberto no dia 14 de abril, aniversário do Santos.
Até o momento, mais de 8 mil pessoas assinaram a carta.

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